Uma investigação do Ministério Público do Trabalho da Paraíba, em parceria com a Polícia Civil, trouxe à tona novas denúncias sobre os bastidores da vida do influenciador Hytalo Santos. Ele e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos em São Paulo, na última sexta-feira (15), acusados de tráfico de pessoas e exploração sexual de adolescentes. Ex-funcionários do casal, ouvidos sob anonimato, descreveram um ambiente de controle rígido na mansão de Hytalo, em João Pessoa (PB).

Segundo os relatos, os menores eram tratados como propriedade do influenciador, que determinava quando poderiam comer, dormir ou usar o celular.

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Um dos depoentes contou que gravações feitas para as redes sociais mostravam crianças indo à escola — mas, assim que as câmeras eram desligadas, elas não frequentavam as aulas. Outros ex-funcionários relataram festas frequentes, com bebidas alcoólicas liberadas para adolescentes. As denúncias também revelam que a casa funcionava como um “reality show particular”: adolescentes gravavam vídeos todos os dias, muitas vezes em coreografias sensuais, que eram publicados nas redes de Hytalo. O conteúdo gerava lucros com publicidade, rifas e sorteios.

As investigações apuraram ainda que uma das adolescentes chegou a engravidar durante o período em que viveu na casa, mas perdeu o bebê. Além disso, a frequência escolar dos jovens era severamente prejudicada, com faltas que chegavam a 50 dias seguidos para acompanhar gravações e viagens.

Pais recebiam “mesada”

O Ministério Público também descobriu que os pais dos adolescentes recebiam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês como uma espécie de mesada para permitir que os filhos morassem com Hytalo. Conselheiros tutelares afirmam, porém, que nunca receberam denúncias formais das famílias — a maioria delas de Cajazeiras (PB), cidade natal do influenciador. Hytalo, que começou a carreira dando aulas de dança em praças públicas, ganhou fama com vídeos de adolescentes e passou a ostentar mansões e carros de luxo. A defesa nega todas as acusações e classifica a prisão como “um exagero”.

Redes sociais reagem

Após denúncias feitas pelo youtuber Felca, as plataformas suspenderam a monetização das contas de Hytalo. TikTok, YouTube e Instagram alegaram violações às regras de segurança infantil. Após a repercussão nacional, as contas foram banidas definitivamente.

  • Meta (Instagram e Facebook) declarou ter regras rígidas contra a exploração infantil e afirmou que compartilha informações suspeitas com autoridades no Brasil e no exterior.
  • YouTube confirmou a remoção dos canais de Hytalo e Israel e reforçou que conteúdos que colocam menores em risco são proibidos.
  • TikTok disse que já havia banido contas do influenciador desde 2023 e destacou que 99% dos vídeos que violam suas diretrizes são removidos proativamente.

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O que diz a defesa

Os advogados de Hytalo e Israel afirmam que eles não estavam em fuga e que a viagem a São Paulo era apenas um passeio. Negam qualquer prática de exploração sexual e tráfico de pessoas. O Ministério Público da Paraíba e o Ministério Público do Trabalho garantem que há provas suficientes para sustentar as acusações e afirmam que os adolescentes foram aliciados, submetidos a trabalho forçado e explorados comercialmente. Após a prisão do casal, todos os jovens foram devolvidos às famílias.

Confira a reportagem completa:

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