Uma quarta pessoa pode ter sido vítima de intoxicação por metanol em Pernambuco. Até a última terça-feira (30), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia registrado oficialmente três casos suspeitos, todos no Agreste do estado. Em Lajedo, um homem de 43 anos, identificado como Celso da Silva, morreu no dia 9 de setembro após ter sido internado no Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru. Também em Lajedo, Marcelo dos Santos Calado, de 32 anos, foi internado em 4 de setembro, recebeu alta em 23 de setembro, mas perdeu a visão. Já em João Alfredo, um homem de 30 anos foi hospitalizado em 26 de setembro e morreu quatro dias depois, no dia 30.
🚨AGORA: Duas pessoas morreram e uma perdeu a visão em Pernambuco, em caso suspeito de envenenamento por metanol em bebida. pic.twitter.com/55gJbYycTE
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A Polícia Civil, no entanto, aponta para um quarto caso, também em Lajedo. Trata-se de Jonas da Silva Filho, que morreu em 29 de agosto antes de ser transferido para o Hospital Mestre Vitalino. Segundo o delegado de Lajedo, Cledinaldo Orico, há indícios de que os casos da cidade estejam relacionados a garrafas de uísque adquiridas em Belo Jardim para revenda. Durante um festival de rock, uma das vítimas consumiu a bebida junto com dois cunhados. Duas pessoas morreram e uma sobreviveu com perda de visão.
Divergência nos registros
Embora duas mortes tenham sido confirmadas em Lajedo, a SES só notificou oficialmente uma. A diretora da Apevisa, Karla Baêta, explicou que a diferença ocorre porque apenas dois pacientes foram transferidos ao Hospital Mestre Vitalino, responsável pelas notificações. Jonas da Silva Filho, que morreu no Hospital Municipal Maria da Penha, foi reconhecido pela prefeitura, mas não entrou no registro da SES.
Pernambuco também registra casos de bebidas adulteradas com metanol #DIIAC pic.twitter.com/ZHkE9dC96F
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Investigação
A Polícia Civil já recebeu garrafas de uísque suspeitas entregues pela esposa de uma das vítimas. Os materiais e os corpos passaram por perícia para verificar a presença de metanol. O delegado afirmou que, embora haja fortes indícios, a confirmação depende de exames laboratoriais: “Ainda não temos certeza, apenas uma suspeita consistente. A materialidade só pode ser comprovada por perícia técnica”, explicou Orico. Ele também requisitou prontuários médicos ao Hospital Maria da Penha e acionou a Polícia Civil de São Paulo para verificar se há conexão entre casos semelhantes.
Medidas preventivas
Enquanto as investigações prosseguem, a Apevisa anunciou a ampliação da fiscalização em todo o estado. A ação contará com a participação do Procon, do Ministério Público e do Ministério da Agricultura, para reforçar o monitoramento e a prevenção de novos casos.
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