Matthew Joseph Medlin tinha apenas 18 anos em 2002, quando foi preso pela primeira vez em Portland, nos Estados Unidos. Naquele momento, ainda era um jovem comum, com um futuro pela frente — mas o que veio depois foi uma espiral de autodestruição marcada pelas drogas, pela violência e pela prisão. As dependências químicas, somadas às sucessivas passagens pelo sistema penitenciário, acabaram não apenas arruinando sua vida, mas também desfigurando completamente o seu rosto.

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Na manhã de sábado, 30 de janeiro, a polícia de Portland recebeu diversas ligações de moradores alarmados com a presença de um homem que subia em trens em movimento e depois se jogava nas linhas férreas. Quando os agentes chegaram ao local, encontraram Matthew — então com 32 anos — em um estado de agitação extrema. Ao perceber a aproximação das autoridades, ele tentou fugir e se escondeu dentro de um carro abandonado.
Começou então uma perseguição tensa. Os policiais o cercaram e tentaram convencê-lo a se render, mas Matthew se recusava. Foram quatro horas de negociação, um confronto psicológico que só terminou quando a situação se tornou insustentável. Durante esse tempo, o homem consumiu metanfetamina diante dos próprios agentes, num ato desesperado que mostrava o grau de sua dependência.
Exausto, transtornado e sem controle sobre si mesmo, Matthew acabou sendo atingido por disparos de uma arma de choque (taser) e finalmente detido. Seu rosto, no entanto, já não guardava quase nada da aparência de anos anteriores. Além dos tatuagens marcantes que cobriam parte de sua face, o que mais chamava a atenção era o deterioramento visível da pele, com sinais de necrose e feridas abertas — marcas do uso prolongado de “cristal”, nome popular da metanfetamina.
Durante o interrogatório, Matthew confessou que estava acordado há mais de 26 horas e que não conseguia parar de se injetar a droga. Sua fala era confusa, e os olhos denunciavam o esgotamento físico e mental. Naquele momento, ele também era considerado foragido desde maio de 2014. Ironicamente, havia fugido da prisão quando lhe restavam apenas seis dias para cumprir sua pena e ser libertado. Estava preso por abuso sexual, mas seu histórico criminal incluía também roubo à mão armada, assalto e outras infrações graves cometidas ao longo da década.
O caso de Matthew Medlin tornou-se um símbolo trágico de como o vício e o encarceramento podem corroer não apenas o corpo, mas também a identidade e a humanidade de uma pessoa. O jovem que um dia foi preso pela primeira vez aos 18 anos já não existia e em seu lugar restava apenas a sombra de um homem dominado pelas drogas e pela dor.
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