Nem todo psicopata é um criminoso. Na verdade, a maioria nunca encosta em uma cela. Muitos usam suas características frias, calculistas e encantadoras para subir na vida — e o local onde mais se destacam pode estar mais perto do que se imagina: o ambiente de trabalho.

De acordo com o psicólogo britânico Kevin Dutton, autor do livro A Sabedoria dos Psicopatas, traços como frieza emocional, autoconfiança extrema, charme superficial e ausência de culpa — que costumam assustar em filmes e séries — podem, em alguns contextos, se transformar em ferramentas poderosas de sucesso. “A diferença entre um cirurgião de elite e um psicopata perigoso pode ser apenas uma questão de motivação”, diz Dutton.

O especialista analisou milhares de perfis profissionais e descobriu um padrão inquietante: há certas profissões que parecem atrair mais pessoas com traços psicopáticos. E o motivo não é o acaso — são cargos que exigem tomadas de decisão rápidas, poder sobre os outros, resistência emocional e capacidade de manipular situações sob pressão.

1. CEOs — O trono da frieza calculada
No topo da lista estão os executivos e diretores de grandes empresas. O ambiente corporativo de alto nível é um campo de batalha onde empatia raramente é prioridade. Liderar significa cortar custos, demitir, competir — e nem sempre hesitar. Segundo Dutton, esse tipo de profissional se alimenta da tensão e do risco, encontrando satisfação onde outros veriam estresse.

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2. Advogados — Mestres da manipulação lógica
Nos tribunais, quem sente demais perde. O advogado psicopático enxerga o debate jurídico como um jogo de poder, onde o controle emocional e o domínio das regras valem mais que compaixão. Eles são estrategistas, frios, calculistas — e, muitas vezes, brilhantes.

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3. Apresentadores e celebridades — O palco da vaidade
Televisão e rádio também aparecem na lista. O charme superficial e a busca por controle de narrativa são o combustível de apresentadores carismáticos que encantam multidões, mas raramente mostram vulnerabilidade. Dutton chama isso de “psicopatia funcional”: a capacidade de usar o carisma e a confiança como ferramentas de poder.

4. Cirurgiões — Precisão sobre emoção
Cuidar de vidas exige empatia, mas salvá-las às vezes requer desligar os sentimentos. Cirurgiões precisam lidar com dor, morte e decisões de segundos. Em certas situações, a frieza é o que impede o caos.

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5. Jornalistas — Frieza diante do caos
A busca incessante por furos, tragédias e escândalos pode exigir distanciamento emocional. Jornalistas precisam observar o sofrimento sem desabar com ele — e, em alguns casos, transformar o drama em manchete. A coragem e a insensibilidade caminham lado a lado nessa profissão.

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6. Policiais — Autoridade e controle
A sensação de poder e o domínio sobre situações de risco tornam a carreira policial um terreno fértil para personalidades dominantes. A fronteira entre bravura e brutalidade é tênue — e, para alguns, é justamente essa linha que os atrai.

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7. Chefs de cozinha — A fúria organizada
Cozinhas profissionais são campos de guerra: calor, pressão, gritos, prazos e egos em choque. É o cenário perfeito para quem gosta de controle absoluto e responde bem ao caos. O estresse, aqui, é quase uma forma de arte.

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8. Clérigos — Poder espiritual (e psicológico)
Pode soar contraditório, mas líderes religiosos também aparecem no ranking. O controle emocional, a influência sobre grupos e o discurso carismático são elementos que atraem pessoas com desejo de autoridade — ainda que envoltas em espiritualidade.

9. Funcionários públicos — O poder nas regras
Ambientes hierarquizados e previsíveis atraem quem gosta de estrutura e domínio silencioso. Servidores com traços psicopáticos encontram conforto na rigidez burocrática, onde podem exercer controle sem exposição.

10. Comerciantes e vendedores — Manipuladores natos
No mundo das vendas, ler pessoas, manipular emoções e criar confiança instantânea são habilidades valiosas. A linha entre carisma e manipulação é fina — e, muitas vezes, lucrativa.

A fronteira entre genialidade e frieza
Dutton e outros pesquisadores ressaltam que a psicopatia não é um diagnóstico de maldade, mas um espectro. A maioria dos indivíduos com esses traços não é criminosa — apenas vive em um modo emocional diferente. Em níveis moderados, essa “blindagem sentimental” pode ser vantajosa: aumenta a resistência ao estresse, a coragem e a clareza sob pressão.

Mas há um custo. Em ambientes dominados por essas personalidades, a empatia tende a desaparecer — e o sucesso pode se tornar sinônimo de insensibilidade.

“Nem todo psicopata é perigoso. Mas alguns são perigosamente eficientes.”
Essa frase de Dutton resume bem o paradoxo: o mesmo traço que, em excesso, destrói vidas, em doses controladas pode construir impérios.

Talvez o verdadeiro desafio não seja identificar onde estão os psicopatas — mas entender por que o mundo moderno, com sua pressa e competição, parece cada vez mais feito sob medida para eles.