Você se deita, o quarto está em silêncio, o travesseiro encaixa perfeitamente na cabeça… e então, tum-tum, tum-tum. O som parece vir de dentro da própria orelha, como se o coração estivesse batendo bem ali, ao lado do ouvido. Estranho? Sim. Raro? Nem tanto. Inofensivo? Depende.

Quando o silêncio revela o coração

Muitas pessoas ouvem o próprio batimento cardíaco quando encostam a cabeça no travesseiro. Isso acontece porque, nessa posição, o fluxo de sangue nas artérias do pescoço pode ficar mais próximo do ouvido interno — e o som do pulso é transmitido pelo contato com o travesseiro. Na maioria das vezes, é apenas um fenômeno físico normal, mais perceptível quando o ambiente está em completo silêncio ou após um dia cansativo.

Mas, quando esse som passa a aparecer com frequência ou se mantém mesmo durante o dia, é hora de prestar atenção. A ciência tem um nome para isso: tinnitus pulsátil, ou “zumbido pulsátil”.

O que é o tinnitus pulsátil

Diferente do zumbido comum — aquele chiado constante que muita gente ouve — o tinnitus pulsátil é um som rítmico, sincronizado com o batimento cardíaco. A sensação pode ser de um “pulsar”, um “tic-tac” ou até um “sopro” vindo do ouvido. E embora o nome soe inofensivo, ele pode ter origens que variam de completamente benignas a bastante sérias.

Entre as causas mais comuns estão:

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  • Alterações na pressão arterial, como hipertensão ou fluxo acelerado;

  • Aterosclerose, o endurecimento das artérias, que altera o som do sangue ao circular;

  • Anemia e distúrbios hormonais, que aumentam a velocidade do fluxo sanguíneo;

  • Malformações vasculares e tumores benignos na região da cabeça e pescoço, que podem amplificar o som;

  • Alterações ósseas no ouvido que deixam os vasos mais expostos.

Até mesmo a gravidez e mudanças hormonais podem desencadear o fenômeno, devido ao aumento do volume de sangue circulando no corpo.

Are You Hearing Your Heartbeat in Your Ear?

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Quando o alerta acende

Se o som aparece toda noite, ou se você o escuta em pé, caminhando ou durante o dia, é um sinal de que o corpo está tentando dizer algo. Também merecem atenção sintomas como tontura, dor de cabeça, perda de audição, visão turva ou sensação de pressão na cabeça.

Esses sinais podem indicar alterações no fluxo sanguíneo ou condições neurológicas e auditivas que exigem investigação médica. O profissional mais indicado para começar a avaliação é o otorrinolaringologista, que poderá encaminhar para exames de imagem, como ultrassom Doppler, tomografia ou ressonância magnética, se houver suspeita de causas vasculares.

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O que o tratamento envolve

O tratamento depende diretamente da origem do sintoma. Em alguns casos, controlar a pressão arterial, corrigir uma anemia ou tratar um distúrbio da tireoide já é o suficiente. Em outros, pode ser necessária uma abordagem mais específica — como cirurgia para corrigir anomalias vasculares, tratamentos endovasculares ou terapias auditivas que ajudam a “mascarar” o som e reduzir o desconforto.

Quando a causa não é grave, medidas simples ajudam muito: evitar o silêncio absoluto na hora de dormir (usando ruído branco, por exemplo), reduzir o consumo de cafeína e controlar o estresse.

Escutar o corpo é o primeiro passo

Ouvir o próprio coração pode ser um lembrete poderoso: o corpo está sempre tentando se comunicar. Às vezes, é apenas o eco do sangue fluindo — um som natural e inofensivo. Mas, em outras, é o primeiro sinal de que algo precisa de atenção.

Se esse som se tornou constante, incômodo ou veio acompanhado de outros sintomas, não ignore. Uma consulta médica pode ser o passo que separa um simples incômodo de um diagnóstico precoce — e, possivelmente, de um tratamento que muda tudo.

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