Aline Borges desabafou recentemente durante uma entrevista, e contou um pouco sobre a jornada de sua vida até se tornar a atriz que é hoje. Segundo ela, além de já ter sofrido devido a situação precária de sua família, Aline também só foi se reconhecer como mulher preta aos 43 anos de idade e relatou os papéis que davam para ela atuar apenas por ser negra.

Durante a entrevista, Aline Borges iniciou: “Sou cria de Parada de Lucas, morava quase que em uma comunidade. Era um terreno grande da família onde tinham vários barracos, uma vida supersimples. Lembro que, quando chovia muito, a gente tinha que correr para levantar tudo por conta de enchentes”.

E completou dizendo sobre a primeira vez que esteve em um elevador, após sua família financiar um apartamento: “Quando chegamos ao condomínio, andei de elevador pela primeira vez e foi uma coisa! Eu e meus irmãos parecíamos uns bichos do mato, sabe? Era algo distante da nossa realidade”.

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A atriz finalizou dizendo sobre os papéis que davam para ela realizar no início de sua carreira e que até então, naquela época, não tinha noção de sua identidade racial: “Comecei fazendo coisas pontuais. Nessa época eu nem tinha consciência da minha identidade racial. Eu ficava buscando fazer papéis destinados a mulheres brancas: a patricinha, a mocinha… E nunca chegava isso para mim. Era só empregada, copeira, bandida. Eu nem questionava […]”.

E concluiu: “A partir daí, tudo mudou. O entendimento de negritude no Brasil é se você tem a pele escura. Se não tem, falam: ‘Você nem é tão preto assim’. Se eu fosse branca, estaria tendo os privilégios de uma pessoa branca. E entender isso fez com que eu me apropriasse da minha história e dos que vieram antes de mim. Consegui me entender como artista, ser humano, mulher”.

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