A irlandesa Niamh Geaney criou um site para provar sua teoria de que todas as pessoas possuem até seis ‘doppelgangers’ – palavra alemã que significa “duplo ambulante”, usado pra se referir a pessoas idênticas. Ela lançou um projeto chamado ‘Twin Strangers’, que tem o objetivo caçar seus sósias espalhados por toda parte do mundo. Ela conseguiu encontrar três ‘cópias’ sua, e duas moravam perto de sua cidade. Geaney marcou então um encontrou com Karen Branigan. Elas combinaram de se vestirem com roupas combinando para o encontro. Após várias fotos para mostrar suas semelhanças, acabaram viralizando na web.

Niamh Geaney e sua primeira sósia, Karen Branigan

A enorme semelhança entre elas e a proximidade geográfica fez com que as duas realizassem um exame de DNA para saber se compartilhavam algum parentesco, como primas ou irmãs. As expectativas estavam bem altas e elas mostraram os resultados na internet. Porém, mesmo com toda semelhança física, o resultado do exame apontou que havia chance zero das duas serem irmãs e compartilharem o mesmo sangue.

Geaney e sua segunda sósia

Variantes genéticas

Cientistas acreditam poder explicar o que torna pessoas tão parecidos e por que cada um de nós pode ter um duplo, ou “duplicata”. De acordo com um estudo do Instituto Josep Carreras de Pesquisa em Leucemia de Barcelona, ​​​​Espanha, pessoas que se parecem, mas não estão diretamente relacionadas, podem ter semelhanças genéticas. Entre essas pessoas, muitos também tem pesos parecidos, estilo de vida e características comportamentais semelhantes, como uso de tabaco e níveis de educação. Isso pode significar que a variação genética está relacionada à aparência física e também pode influenciar alguns hábitos e comportamentos.

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Terceira sócia que Geaney encontrou

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Natureza ou criação?

Uma equipe de pesquisadores espanhóis tentou descobrir  o que cria o duplicata de uma pessoa. Os resultados foram publicados no ano passado na revista acadêmica Cell Reports. O Manel Esteller, um dos pesquisadores, disse que no passado já havia trabalhado em estudos sobre gêmeos, mas para este projeto ele se interessou por pessoas que se parecem, mas não tem uma conexão familiar real.

Esteller e seus coautores recrutaram 32 sósias que faziam parte do projeto fotográfico “Não sou dublê!”, feito por um artista canadense, François Brunelle. Os pesquisadores pediram para as duplas que fizessem um teste de DNA. Eles preencheram questionários sobre suas vidas. Os cientistas também colocaram suas imagens em três programas diferentes de reconhecimento facial. Dos recrutados, 16 tiveram pontuações semelhantes a gêmeos idênticos identificados com o mesmo software. Os outros 16 podem parecer iguais ao olho humano, mas o algoritmo não considerou dessa forma em um dos programas de reconhecimento facial.

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Michael Malone e Charles Hall Chasen/ Geneviève Kirouac e Dominique Sévigny

Outros fatores

Analisando mais de perto o que os cientistas chamam de epigenomas dos duplicatas que mais se assemelhavam, houve diferenças maiores. A epigenética é o estudo de como o ambiente e o comportamento podem causar mudanças no funcionamento dos genes de uma pessoa. Quando os pesquisadores analisaram o microbioma de duplas que eram mais parecidas, eles também eram diferentes. O microbioma são os microrganismos, vírus, bactérias e fungos pequenos demais para serem vistos pelo olho humano, que vivem no corpo humano.

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“Esses resultados não apenas fornecem informações sobre a genética que determina nosso rosto, mas também podem ter implicações para o estabelecimento de outras propriedades antropométricas humanas e até características de personalidade”, diz o estudo. A pesquisa também se concentrou em pessoas que eram principalmente de origem europeia, então não está claro se os resultados seriam os mesmos para pessoas que vêm de outras partes do mundo.

Joshua Corrigan e Francisco Costela / Beatriz Nogueira e Bruna Soares Da Costa

Quanto à questão da natureza versus criação levantada pelo estudo, Gripp acha que ambas são importantes: “Como geneticista, acredito firmemente que a natureza e o material genético são muito importantes para quase tudo, mas isso não significa que a educação seja tão importante quanto”, disse.

“Para que cada pessoa seja bem-sucedida no mundo, há tantos fatores que contribuem e o meio ambiente é tão importante que não acho que seja um ou outro”, concluiu.

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Já conheceu algum “sósia” seu?