Uma menina de 12 anos do Rio de Janeiro foi sequestrada e levada de carro até São Luís. Após passar 8 dias desaparecida, ela conseguiu pedir socorro quando o sequestrador, Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, foi comprar roupas para ela. A menina usou o Wi-Fi de uma loja para conseguir acessar o Instagram e mandar mensagem pedindo ajuda para sua irmã. “Ela [a menor] aproveitou para mandar uma mensagem para a irmã, dizendo que estava numa quitinete, mas conseguir saber explicar onde era”, relatou a delegada Ellen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros.

A partir disso, policiais do Rio de Janeiro e do Maranhão passaram a fazer buscas. Foram três dias de buscas na capital maranhense até a localização da jovem e a prisão de Eduardo. Agentes da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) foram nesta terça-feira (14) ao bairro de Vila Luizão, na capital maranhense, e acharam a garota na quitinete do açougueiro. A menina era mantida trancada no local e Eduardo foi detido ao chegar do trabalho.

“As únicas mensagens enviadas diziam que ela ficava trancada o dia inteiro e não tinha nenhuma possibilidade de fuga, descreveu a delegada. “Começamos a levantar num raio ao redor desse estabelecimento comercial as quitinetes a partir das características fornecidas pela vítima no pedido de socorro.” Eduardo negou ter cometido atos sexuais com a menina e disse que a beijou algumas vezes. Porém, a legislação considera est*pro de vulnerável em menores de 14 anos mesmo quando não há conjunção carnal, razão pela qual o comerciário responderá por esse crime. O homem ainda é investigado por sequestro.




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Sequestro

Segundo apurado, a menina saiu de sua casa, em Sepetiba, Zona Oeste do Rio, e foi para o Maranhão após conhecer um homem, de 25 anos, por meio do aplicativo TikTok. Ele teria vindo ao Rio de Janeiro buscá-la. O homem e a menina se conheceram há dois anos pelo aplicativo de vídeos, quando ela tinha 10 anos, aponta a investigação. Através do histórico das conversas, as autoridades concluíram que o crime teria sido premeditado há bastante tempo, já que o homem dizia que tinha planos de morar com a vítima.

A menor de idade foi levada da porta da escola em um carro de aplicativo até Divinéia, em São Luís. Foram 3,1 mil quilômetros de viagem, em pelo menos dois dias dentro do automóvel, numa corrida que custou R$ 4 mil. “Nós conseguimos, através de informações, chegar ao local do possível cárcere da jovem. Ela se encontrava trancada em uma quitinete no bairro da Divinéia. Estávamos tentando abrir a porta, quando ela abriu a janela. Percebemos realmente que ela ficava trancada dentro da casa”, detalhou o delegado Marcone Matos.




A garota foi encaminhada para a Casa da Mulher Brasileira em São Luís enquanto aguarda a chegada dos pais em São Luís. Também acompanham o caso psicólogas e assistentes sociais da Casa da Mulher, bem como o Conselho Tutelar do Maranhão e do Rio. Nas redes sociais, a família da menina promovia uma vaquinha para conseguir pagar os voos de ida e volta. Segundo o delegado Marcone Matos, uma investigadora da Polícia Civil do Rio acompanhará a família, que deverá passar por uma audiência na Vara da Infância e Juventude, já que a garota não estava com documentos quando foi encontrada.

Motorista de aplicativo

As autoridades agora buscam identificar o motorista que levou Eduardo e a menina até o Maranhão. Eles querem entender a razão de ter aceito a corrida e saber se ele tem alguma relação com o crime. “Acreditados que o motorista seja do Rio. Ele [Eduardo] optou por esse transporte porque não poderia ir de avião ou ônibus, já que não possuía a identificação”.

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