A Record TV está sendo acusada de ter demitido autores de novelas bíblicas que se recusaram a seguir a religião evangélica. Alguns dos nomes que supostamente sofreram represálias dentro da emissora foram Emílio Boechat, Camillo Pelegrini, Joaquim Assis, Cristianne Fridman e Paula Richard.
Paula, autora de ‘O Rico e o Lázaro’ (2017) e ‘Jesus’ (2018-19) processou a empresa e pede uma indenização de R$ 5,6 milhões por preconceito religioso. Para comprovar que sua demissão foi causada pela intolerância, a autora anexou falas de colegas que passaram pela mesma situação. As informações são do portal Notícias da TV.
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Um dos depoimentos foi o de Emílio Boechat, que já havia criticado publicamente a Record através das redes sociais em 2021. Na época, Cristiane Cardoso, filha do bispo Edir Macedo, e a Igreja Universal, estavam começando a comandar formalmente o setor de Dramaturgia, inclusive alterando diálogos e cenas que não gostavam.
“O que esperar de uma emissora que entregou a dramaturgia nas mãos de amadores cujo compromisso é apenas divulgar os dogmas de uma igreja específica? Tenho pena dos atores e demais profissionais que se submetem a essa humilhação porque precisam do dinheiro“, afirmou ele na época.
“A relação de trabalho da autora com membros da igreja, seja na produção ou com as colaboradoras que foram inseridas na sua equipe, sempre foi amena; entretanto, ao que tudo indica, a já mencionada senhora Cristiane Cardoso estava determinada a ter apenas membros da Igreja Universal escrevendo na Record TV –o que constitui, a toda evidência, inaceitável discriminação de cariz religioso“, diz a defesa de Paula no processo.
“Esse aspecto é ainda mais evidenciado quando se verifica que todos os roteiristas profissionais que trabalhavam na Record e não são membros da Igreja Universal foram demitidos. Hoje, somente a senhora Cristiane Cardoso e membros da referida igreja escrevem e atuam como roteiristas da Record“, completa o documento.
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Após a repercussão da notícia, a Record decidiu se pronunciar nessa quarta-feira (31) e negou as acusações. Através de uma publicação no Twitter, a emissora de Edir Macedo afirmou que é contra qualquer tipo de intolerância, incluindo a religiosa, e esclareceu que não tem religião.
“A Record TV não tem religião. A Record TV vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação à acusação sofrida hoje“, declara o comunicado.
Veja a nota na íntegra:
COMUNICADO: A RECORD TV NÃO TEM RELIGIÃO. A #recordtv vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação à acusação sofrida hoje.
— Record TV Comunicação (@RecordTV_press) May 31, 2023
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