O submarino que desapareceu no último domingo (18), embarcava cinco pessoas enquanto realizava uma expedição para visitar as ruínas do navio Titanic, nas profundezas do Oceano Atlântico. Além do bilionário britânico Hamish Harding, de 58 anos, estão a bordo do submersível um milionário paquistanês e o filho; um explorador francês, principal especialista na história do navio; e o dono da empresa OceanGate, responsável pela viagem. Muito antes da expedição ser feita, o submarino já apresentava riscos e não estava pronto para ir tão fundo no oceano.
Hamish Harding
O bilionário britânico Hamish Harding, é empresário, aviador e “turista espacial”. Diretor da Action Aviation, empresa especializada na venda de aeronaves comerciais e privadas, ele participava da expedição como especialista. Ele um renomado explorador que já viajou para o espaço e acumula três recordes mundiais. Dois deles são ligados a explorações no oceano: a maior distância percorrida embaixo d’água e a maior duração de tempo gasto dentro do mar.
Paul-Henry Nargeolet
Paul-Henry Nargeolet, é o especialista mais renomado do mundo a respeito do naufrágio do Titanic. O ex-comandante da marinha francesa, de 77 anos, é conhecido como “Sr. Titanic” pela experiência na área. Ele dedicou os últimos 35 anos da vida aos estudos sobre o caso, e integrou diversas expedições submarinas aos destroços. De acordo com informações, Nargeolet fez parte da equipe que resgatou uma série de objetos dos destroços.
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Shahzada e Sulaiman Dawood
O milionário paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho Sulaiman Dawood, de 19, também estão a bordo. A família Dawood está entre as mais ricas do Paquistão. Shahzada é vice-presidente da Engro Corporation, que fabrica fertilizantes, alimentos e energia, e da Dawood Hercules Corporation, que produz produtos químicos. Também é membro do conselho da instituição de caridade Prince’s Trust, com sede no Reino Unido.
Stockton Rush
Stockton Rush é o presidente executivo e fundador da OceanGate. A proposta da companhia é oferecer turistas em busca de adrenalina e outros exploradores em viagens subaquáticas. A presença dele ainda não foi completamente confirmada. Porém, acredita-se que o empresário seja o quinto integrante da expedição.
Graves problemas no submarino
A Ocean Gate foi alertada por um ex-funcionário quanto a problemas de “controle de qualidade e segurança” no submersível Titan em 2018, segundo documentos judiciais obtidos pela imprensa americana. De acordo com a revista The New Republic, a empresa processou David Lochridge, então diretor de operações marítimas da empresa, após ele supostamente divulgar informações confidenciais sobre o Titan. Lochridge, por sua vez, afirma ter sido demitido injustamente da companhia após levantar preocupações sobre a “recusa da empresa em conduzir testes críticos e não destrutivos” do Titan.
Segundo o ex-funcionário, os passageiros do submarino correriam perigo conforme o veículo atingisse temperaturas mais profundas por conta da pressão sobre a estrutura do Titan. Ele também detalhou uma reunião da equipe de engenharia da empresa, onde diferentes funcionários expressaram preocupação quanto a segurança do submarino.
No dia 19 de janeiro, numa segunda reunião, Lochridge foi informado que a janela de visualização do submarino aguentaria as pressões de até 1,3 mil metros. Porém, a intenção da empresa era levar seus passageiros até o naufrágio do Titanic, 3, 8 mil metros abaixo da superfície. O ex-funcionário também afirma no processo que os passageiros da Ocean Gate não seriam informados dessas e outras preocupações suas.
“Os passageiros pagantes não teriam conhecimento e não seriam informados sobre esse projeto experimental, a falta de testes não destrutivos do casco ou que materiais inflamáveis perigosos estavam sendo usados dentro do submersível”, diz um dos documentos do processo.
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Se você fosse um milionário, teria embarcado nessa expedição sem saber dos riscos?