O apresentador Carlos Massa, mais conhecido como Ratinho, de 68 anos, está enfrentando uma acusação grave: incitação à homofobia em seu programa no SBT. O caso, que começou em junho de 2023, quando Ratinho fez comentários polêmicos sobre a Parada do Orgulho LGBT+ na Avenida Paulista, em São Paulo, agora se desenrola na Justiça Federal.

Rubens Cavallari – 29.set.2018/Folhapress

O Que Aconteceu?

Durante seu programa exibido diariamente no SBT, Ratinho criticou a realização da Parada do Orgulho LGBT+ na Avenida Paulista, sugerindo que o evento fosse transferido para o Sambódromo do Anhembi. Suas palavras geraram grande repercussão e foram vistas como ofensivas por muitos: “Vai lá no sambódromo, lá você fica pelado, faz o que você quiser. Deixa a Avenida Paulista para as famílias que querem ir lá brincar com as crianças. Faz a ‘Parada Gay’ lá no diabo do sambódromo, que lá pode fazer o que vocês querem. Na minha opinião, a ‘Parada Gay’ é o Carnaval dos ‘viados’ e ‘sapatões'”, disse o apresentador. Os termos utilizados por Ratinho foram censurados durante a exibição do programa, mas o estrago já estava feito.

Repercussão e Ação Judicial

Os comentários do apresentador geraram uma onda de críticas, especialmente entre ativistas e defensores dos direitos LGBTQIA+. O ativista Agripino Magalhães Júnior, que também é suplente de deputado estadual em São Paulo, foi um dos primeiros a reagir. Ele apresentou uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo, acusando Ratinho de incitação à discriminação e preconceito, atos que são equiparados ao crime de racismo pela legislação brasileira.

A denúncia levou à abertura de um inquérito policial, e em março de 2024, Ratinho foi chamado a depor. Durante o depoimento, o apresentador afirmou que não teve a intenção de ofender ninguém e que estava apenas expressando uma opinião pessoal: “Só sugeri que a Parada Gay fosse feita em outro local, para não atrapalhar o funcionamento dos hospitais próximos à Avenida Paulista”, declarou ele, mostrando-se surpreso por estar sendo processado por suas declarações.

A 2ª Vara Criminal de Osasco (SP), que analisou o caso inicialmente, decidiu encaminhá-lo à Justiça Federal, considerando a gravidade das acusações. De acordo com a lei, crimes de homofobia, por serem equiparados ao racismo, devem ser julgados por varas federais. O Ministério Público de São Paulo emitiu um parecer favorável ao prosseguimento do processo, que agora aguarda julgamento na esfera federal.

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Possíveis Consequências

Se condenado, Ratinho pode enfrentar uma pena que varia de um a três anos de prisão. Além disso, o apresentador também está sendo processado civilmente, com um pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil. Agripino Magalhães Júnior, o ativista que deu início ao processo, também exige que Ratinho se retrate publicamente durante seu programa no SBT, e até sugeriu medidas como o uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento.

Até o momento, a assessoria de Ratinho tem mantido o silêncio sobre o caso, afirmando apenas que o apresentador não comentará processos judiciais em andamento.

O Impacto na Carreira de Ratinho

Ratinho é uma figura conhecida e polêmica da televisão brasileira, com décadas de carreira. Seus comentários sempre foram um reflexo de sua personalidade, muitas vezes provocativa e sem filtros. Contudo, em um momento onde questões relacionadas aos direitos LGBTQIA+ ganham cada vez mais espaço e relevância na sociedade, declarações como as feitas pelo apresentador têm gerado reações mais fortes, tanto do público quanto da Justiça.

O futuro de Ratinho e seu programa no SBT pode ser impactado por esse processo, dependendo do desenrolar do julgamento e das decisões que ainda serão tomadas. Independentemente do resultado, o caso já está marcando um novo capítulo na trajetória do apresentador, que agora precisa lidar com as consequências de suas palavras em um ambiente onde a intolerância e o preconceito não são mais aceitos como antes.

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