Nessa terça-feira (10), o escritor Ulisses Campbell, responsável pela coluna True Crime, do jornal O Globo, afirmou que Suzane Louise Magnani Muniz – ex von Richtofen – prestou um concurso para o Tribunal De Justiça de São Paulo (TJSP), que ocorreu no último domingo (8). Cumprindo pena em liberdade pelo assassinato dos pais, a estudante de Direito, que só tem o ensino médio completo, teria se inscrito para o cargo de escrevente. O salário base mensal é de R$ 6.043.
Segundo Ulisses, Suzane pediu para ser lotada em Bragança Paulista, em caso de aprovação no concurso, o que significa que ela poderia consultar, e até movimentar o próprio processo de execução penal a qualquer momento. Apenas 35 dos 1.335 inscritos no concurso avançarão para a segunda fase, que será uma prova prática.
Boa conduta
Em resposta ao O Globo, o TJSP afirmou que, mesmo que Suzane passe para a segunda fase do concurso, ela não tomará posse. Isso porque, no ato de admissão, é exigido o atestado de antecedentes criminais, documento indispensável para ingressar no serviço público. Também é exigida uma declaração sobre inquéritos policiais, e o candidato deve estar em pleno gozo dos direitos políticos. No caso dela, seus direitos estão suspensos devido à condenação, com previsão de retomada apenas em fevereiro de 2038.
A criminosa já tentou ingressar no serviço público anteriormente, em 2023, ela se inscreveu para o cargo de telefonista da Câmara Municipal de Avaré, mas, por conta da má repercussão, não fez a prova. Dessa vez, entretanto, Suzane se preparou: de óculos escuros, foi de carro de sua casa, em Bragança Paulista, até Campinas, local da prova. Segundo Ulisses, ela passou despercebida.
O cargo
O edital do TJSP incluiu como funções do escrevente judiciário a organização de serviços administrativos e técnicos no fórum, acompanhamento de processos, atendimento ao público, elaboração e conferência de documentos, controle do material de expediente e atualização constante sobre a legislação e normas internas. Os candidatos devem ter ensino médio completo, serem brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos e ter as obrigações eleitorais e militares em dia.
20 anos presa
Suzane von Richtofen foi condenada em 2002 a 39 anos e 6 meses de prisão por ter participado do assassinato dos pais. Ela deixou a cadeia em janeiro de 2023, após ficar mais de 20 anos presa, e desde então busca uma ocupação profissional. Inicialmente, a jovem passou a morar em Angatuba, no sudoeste paulista, onde abriu uma loja virtual de acessórios femininos, que ainda tem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ativo.
Em dezembro do ano passado, Suzane procurou um cartório para mudar seu nome, retirando o von Richthofen, pelo qual ficou conhecida após o crime, e acrescentando o sobrenome Muniz, de seu marido, e o Magnani, de sua avó. O casal tem um filho, Felipe, nascido em janeiro deste ano.
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