Os “Canibais de Garanhuns” são protagonistas de uma das histórias criminais mais perturbadoras do Brasil. O caso, que chocou o país e repercutiu internacionalmente, envolve um trio que cometeu assassinatos brutais, seguidos de atos de canibalismo e ritualismo macabro. A promessa de emprego e o uso de uma criança para atrair vítimas tornaram o caso ainda mais terrível. Descoberto em 2012, o esquema levou à condenação dos envolvidos, que cumprem longas penas em presídios de Pernambuco.
O caso dos “Canibais de Garanhuns” começou a ser desvendado após o desaparecimento de Giselly Helena da Silva, uma mulher de 31 anos, em 2012. A família de Giselly, preocupada com seu sumiço, decidiu denunciar o desaparecimento às autoridades. A investigação revelou um cenário ainda mais sinistro do que se imaginava inicialmente. Os criminosos, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, usaram o cartão de crédito da vítima em várias lojas da cidade, o que permitiu à polícia rastrear seus passos e, eventualmente, descobrir o horrendo esquema.
A investigação levou à descoberta de que Giselly não era a única vítima do trio. Alexandra Falcão, de 20 anos, também foi atraída e morta pelos canibais. Alexandra havia recebido uma proposta de emprego como babá, com um salário de R$ 1.500, um valor significativamente alto para a época. Sua avó, desconfiada da oferta, tentou alertá-la, mas Alexandra decidiu seguir em frente. Ela nunca mais foi vista com vida. Seu corpo, como o de Giselly, foi encontrado esquartejado na residência dos criminosos.
O que se revelou após a prisão do trio foi ainda mais perturbador. Além de assassinar as vítimas, os “Canibais de Garanhuns” utilizavam partes dos corpos para rituais de purificação que faziam parte de uma seita macabra liderada por Jorge. O objetivo do grupo era “purificar” a alma das mulheres que consideravam “impuras”, e acreditavam que consumir partes dos corpos lhes conferiria poder espiritual. Parte da carne das vítimas também era utilizada para fazer coxinhas e empadas, que eram vendidas à população local sem que os compradores soubessem da procedência macabra dos ingredientes.
Outro detalhe chocante é que o trio criava uma criança, filha de uma das mulheres assassinadas. A menina, sem saber, era usada como isca para atrair novas vítimas. A presença de uma criança inocente no meio de tamanha brutalidade torna o caso ainda mais revoltante e insuportável.
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Após a descoberta dos crimes, o julgamento dos “Canibais de Garanhuns” ganhou grande destaque na mídia. Jorge Beltrão Negromonte da Silveira foi apontado como o mentor intelectual do grupo, enquanto Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva foram consideradas cúmplices e participantes ativas nos assassinatos e no canibalismo. Em 2014, os três foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão.
Deolane Bezerra está na mesma cadeia que as Canibais de Garanhuns
Isabel e Bruna cumprem suas penas no Presídio de Buíque, onde compartilham a cadeia com outras presas de notoriedade, como Deolane Bezerra. Jorge, por sua vez, foi enviado para a Penitenciária Barreto Campelo, localizada em Itamaracá, Pernambuco. A longa condenação dos três não apenas refletiu a gravidade dos crimes cometidos, mas também serviu como um alerta sobre os perigos de seitas e crenças distorcidas que podem levar ao extremo da brutalidade humana.
O caso dos “Canibais de Garanhuns” permanece como um dos episódios mais aterrorizantes da história criminal brasileira, um exemplo sombrio de como a crueldade humana pode ultrapassar todos os limites. A mistura de rituais macabros, canibalismo, e manipulação psicológica que envolveu os assassinatos chocou o país e revelou uma face do mal que poucos poderiam imaginar existir tão perto de casa. Mesmo após a prisão dos envolvidos, o horror de seus atos continua a reverberar, tanto na memória das vítimas quanto na sociedade que acompanhou o desenrolar desse pesadelo real.
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