Quatro estudantes de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) perderam seus estágios após viralizar, nas redes sociais, um vídeo contendo ofensas racistas e preconceituosas dirigidas a alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O episódio ocorreu durante os Jogos Jurídicos Estaduais, em Americana (SP), no último sábado (16). Imagens divulgadas mostram integrantes da torcida da PUC-SP utilizando termos como “cotistas” e “pobres” de maneira pejorativa para se referir aos alunos da USP.
#1
RACISMO no JJES
Menina da PUC do vídeo estava gritando várias ofensas de cunho RACISTA durante o jogo de hand masculino PUC x Sanfran. No vídeo que consegui gravar ela grita” ainda por cima é cotista” depois de gritar várias vezes “cotista”. pic.twitter.com/UAhPMMi6Xs
— LF (@femott4) November 16, 2024
#2
Teve esse FDP também pic.twitter.com/5HyUTWSSWZ
— franciscano nato 🏳️⚧️ (@Francis_29_) November 16, 2024
#3
e mais uma vez a puc sp não decepciona: aluna xingando cotistas da usp – racista fdp pic.twitter.com/MVQPfIrHBR
— theus (@mschinzarid) November 16, 2024
Os estudantes Tatiane Joseph Khoury, Arthur Martins Henry, Matheus Antiquera Leitzke e Marina Lessi de Moraes foram desligados de seus respectivos estágios nos escritórios Pinheiro Neto Advogados, Castro Barros Advogados, Tortoro, Madureira e Ragazzi Advogados, e Machado Meyer Advogados.
Posicionamentos dos escritórios
Nota do Machado Meyer Advogados
“Em linha com nossos valores institucionais e compromisso inegociável com a promoção de um ambiente inclusivo e respeitoso, decidimos pelo desligamento da estagiária envolvida no episódio ocorrido no último final de semana nos Jogos Jurídicos.”
Nota do Pinheiro Neto Advogados
“O Pinheiro Neto lamenta profundamente o ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais e reitera que não tolera nem compactua com racismo ou qualquer outra forma de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida não faz mais parte do quadro de profissionais do escritório.”
Nota do Tortoro, Madureira e Ragazzi Advogados
“O estagiário Matheus Antiquera Leitzke confirmou ter praticado atos discriminatórios contra estudantes da USP nos jogos realizados no interior de São Paulo no último final de semana. Em consequência, ele foi desligado do escritório.”
Nota do Castro Barros Advogados
“O estagiário envolvido nos atos discriminatórios ocorridos no final de semana, com vítimas da USP, não integra mais o Castro Barros Advogados. Reiteramos nosso repúdio a quaisquer práticas de discriminação.”
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Faculdades repudiam atos discriminatórios
As diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP, junto com os Centros Acadêmicos XI de Agosto e 22 de Agosto, divulgaram uma nota condenando os atos discriminatórios ocorridos nos Jogos Jurídicos Estaduais. As entidades classificaram as manifestações como “inadmissíveis” e se comprometeram a investigar rigorosamente o caso, assegurando ampla defesa e devido processo legal, além de responsabilizar os envolvidos de forma exemplar.
O comunicado ressaltou que eventos universitários devem promover integração e solidariedade, e não ódio ou intolerância. As universidades também anunciaram medidas para fortalecer ouvidorias, implementar protocolos de educação antirracista e garantir um ambiente inclusivo e respeitoso. Por fim, as instituições afirmaram estar determinadas a transformar o episódio em um marco para promover uma cultura de respeito, equidade e inclusão.
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PUC-SP repudia atos discriminatórios e anuncia apuração rigorosa
A Reitoria da PUC-SP condenou com veemência o episódio de racismo e aporofobia envolvendo estudantes de Direito da instituição nos Jogos Jurídicos de 2024. Em nota, a universidade lamentou o ocorrido e determinou à sua Faculdade de Direito a apuração rigorosa dos fatos, seguindo normas universitárias e legais, para responsabilizar e conscientizar os envolvidos.
A PUC-SP destacou suas políticas de inclusão social e racial, como programas de bolsas, iniciativas de acesso como PROUNI e FIES, além de ações afirmativas. A atual gestão também implementou um programa para ampliar a contratação de docentes negros, buscando refletir a proporção da população negra no estado de São Paulo, conforme dados do IBGE.
A instituição declarou solidariedade aos estudantes ofendidos e reafirmou seu compromisso com uma postura antirracista ativa.
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Investigações em andamento
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou um inquérito para investigar o caso. As vítimas estão sendo ouvidas, e os vídeos estão sob análise das autoridades.
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