Um estudante do Rio de Janeiro, Thierry Muniz Soares, de 17 anos, foi impedido de realizar a primeira prova do Enem após ter sua mochila roubada momentos antes de entrar na escola onde faria o exame. O incidente ocorreu no bairro do Maracanã, zona norte do Rio, a poucos metros do local da prova e próximo a uma base da Polícia Militar. Naquele 3 de novembro, dia da final da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético Mineiro, Thierry e seus amigos foram cercados por um grupo vestindo camisas do Flamengo, que levou a mochila do jovem.
ESTARRECEDOR o caso do estudante de 17 anos que foi roubado a caminho do Enem porque estava com a mochila que tinha o escudo do Fluminense e perdeu uma das provas mais importantes da vida dele. Segundo informações, ele relatou que puxaram a bolsa e falaram: ‘Fluminense aqui não'” pic.twitter.com/J1gN8yEYR4
— Jonas Di Andrade (@jonasdiandrade) November 4, 2024
O roubo aconteceu a apenas 400 metros do estádio do Maracanã. Sem os documentos, Thierry acionou o pai, Luiz Pierre Soares da Cunha, que levou uma cópia autenticada da identidade. Porém, o coordenador da prova não aceitou o documento, impossibilitando o jovem de participar do exame. “Eu estava com a mão segurando no portão, ele foi lá e fechou o portão na minha mão”, relembrou Thierry. O pai também tentou intervir, relatando o ocorrido a um oficial da Polícia Militar, mas foi informado de que nada poderia ser feito.
Mais tarde, um vídeo na internet mostrou uma mochila do Fluminense sendo queimada, identificada por Thierry como a sua. No dia seguinte ao roubo, os documentos do jovem foram encontrados por uma pessoa na rua, mas já era tarde para a primeira prova. Thierry conseguiu realizar a segunda etapa do exame no domingo seguinte, mas sem a nota do primeiro dia, o sonho de ingressar no curso de design gráfico ficou mais distante.
Torcedores do Flamengo queimam mochila, do Fluminense, com documentos tomada de estudante, de 17 anos, que perdeu prova do Enem. O caso aconteceu próximo ao Maracanã, no último domingo (3).
Via: @jornalodia
📽️: Reprodução pic.twitter.com/n4CNTtZhjN
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) November 6, 2024
Em busca de uma solução, o estudante entrou com um recurso solicitando a reaplicação da primeira prova, uma medida prevista para casos específicos como problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas, conforme o edital do Ministério da Educação. No entanto, o pedido foi negado. O Inep declarou que boletins de ocorrência e cópias autenticadas de documentos não são aceitos como comprovação para a realização das provas e que a ausência de documentação no dia do exame não se enquadra nos critérios para reaplicação.
“Eu pontuei tudo no recurso, expliquei o que aconteceu, mas não aceitaram”, lamentou Luiz Pierre. Para ele, a situação foi particularmente frustrante, considerando os esforços do filho. “Nossa vida não é fácil. Ele se preparou muito para isso e foi algo totalmente fora do nosso controle. Não foi culpa dele.”
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