Por mais que prender a respiração por alguns segundos ou tomar um susto possa resolver crises de soluço, há casos em que esse espasmo involuntário dura muito mais tempo do que se espera, como cerca de 10 dias. Porém, para um norte-americano do estado do Iowa, o incômodo persistiu por muito mais tempo – a ponto de fazê-lo entrar para o Guiness Book. Charles Osborne soluçou sem parar por cerca de 68 anos, de 1922 a 1990.

Charles Osborne - Foto: Reprodução

Charles Osborne – Foto: Reprodução

A condição do homem se iniciou em 1922, quando ele tinha 29 anos. Pouco tempo após servir ao Exército durante a juventude, ele passou por um traumático tombo enquanto tentava pendurar um porco de 160 quilos para o abate.

Mesmo com a intensidade do choque, inicialmente, a lesão não gerou desconfianças. Até a descoberta do rompimento de um pequeno vaso sanguíneo no cérebro, responsável por inibir a resposta ao soluço. Ali seria o início de uma longa batalha para se acostumar com a condição rara.

Com isso, os primeiros anos com a lesão foram marcados pelas incontroláveis contrações, que chegavam a 40 soluços por minuto. Porém, com o auxílio de médicos, Charles conseguiu trabalhar a respiração para diminuir o fluxo de espasmos, alcançando metade deste registro inicial, mas ainda soluçando a cada três segundos.

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A solução

Para evitar maiores desconfortos, as técnicas de respiração também possibilitaram a atenuação do barulho e menos impacto abdominal, além de ser acompanhado psicologicamente para manter a sanidade em meio ao desconforto. Dessa maneira, Charles conseguiu retomar a vida profissional e ainda casou-se duas vezes.

Com os relacionamentos, teve oito filhos, que o ampararam quando passou a ter dificuldade para engolir alimentos sólidos pelas lesões do soluço, passando a ter uma dieta inteira de alimentos pastosos e líquidos nos anos finais da vida.

Curiosamente, os espasmos foram interrompidos um ano antes de Osborne falecer, totalizando 68 anos de contrações e uma estimativa de aproximadamente 430 milhões delas no período. Ele morreu aos 97 anos, em 1991.

Outros casos

Desde então, outros casos de crises de soluço de longa duração foram registrados. Em 2007, a adolescente estadunidense Jennifer Mee teve cerca de 50 soluços por minuto durante cinco semanas. Em fevereiro daquele ano, o britânico Christopher Sands começou a soluçar e só parou em maio de 2009. A crise parou após uma cirurgia para remoção de um tumor no cérebro.

Por que nós soluçamos?

Por mais engraçado que seja ver outra pessoa fazendo glup glup a cada respiração durante uma crise de soluço, quando chega a nossa vez de passar por isso vale tudo para tentar fazê-lo passar… Mas, afinal, quais são as causas por trás desse reflexo persistente, e qual a melhor forma de fazê-lo parar?

O soluço é causado quando o diafragma – músculo que separa o tórax do abdômen e é responsável por nossa respiração – tem um espasmo e provoca o fechamento da glote, uma estrutura localizada na laringe. É ela que provoca os sons que produzimos, e é por isso que quando a entrada do ar para os pulmões é prejudicada pelo seu fechamento emitimos o som característico dos soluços.

Soluço - Foto: Reprodução

Soluço – Foto: Reprodução

Essas contrações involuntárias do diafragma têm várias causas. Tabagismo, estresse, tomar bebidas com gás ou alcoólicas, diabetes, refluxo, gargalhar, chorar, comer rápido ou demais são apenas algumas das diversas razões dos soluços.

A simpatia mais conhecida para acabar com os soluços é, sem dúvidas, tomar um susto. E não é à toa: um bom susto é capaz de liberar adrenalina o suficiente para resolver a crise. Porém, há formas bem menos bruscas de amenizar as crises. Experimente segurar a respiração durante alguns segundos e soltar lentamente, beber água gelada ou apenas relaxar. Assim, uma crise simples de soluço acaba espontaneamente!

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Você já teve uma crise de soluços?