Elimara de Carvalho, de 55 anos, é acusada de dopar o ex-marido com remédios controlados por pelo menos dois anos para roubar sua fortuna, avaliada em R$ 50 milhões, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A viúva é vista na cidade como uma empresária bem sucedida, que frequenta academia e posta sobre a vida nas redes sociais.

Elimara de Carvalho é acusada de dopar e desviar fortuna de ex-marido por mais de dois anos — Foto: Redes Sociais

Elimara de Carvalho é acusada de dopar e desviar fortuna de ex-marido por mais de dois anos — Foto: Redes Sociais

No entanto, ela é acusada de ter se apropriado da fortuna de Benedito Amaral e, além disso, de ter premeditado a morte do empresário, em setembro de 2023. Os dois eram primos de primeiro grau e tiveram um relacionamento por 27 anos. O casal se separou, mas tempos depois, Mara se reaproxima e diz querer cuidar do antigo amor.

O homem aceita mas, depois de um tempo, começa a passar mal com os remédios dados por ela e morre. Mara, que já tinha metade da herança, fica com tudo. Porém, uma amiga dela revela áudios que mostram Mara dizendo que Benedito ia morrer.

Agora, a viúva milionária foi até uma igreja e encomendou a missa de sétimo dia pela morte de três pessoas: a amiga que a denunciou, o filho de Benedito e o advogado da família. Porém, os três ainda estão vivos.

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O relacionamento

Benedito nasceu em Cruzeiro, no interior de São Paulo, e se mudou para São José dos Campos quando adulto. Nos anos 1980, ele passou uma temporada no Iraque para trabalhar ensinando os militares a operar tanques de guerra comprados do Brasil.

Elimara de Carvalho e Benedito Amaral - Foto: Reprodução

Elimara de Carvalho e Benedito Amaral – Foto: Reprodução

O empresário voltou ao Brasil com uma boa quantia em dinheiro. Segundo o filho, Fabrício Coutinho Camargo, quando trabalhava no Iraque, Benedito ganhava de 15 a 20 mil reais mensais, além de um acréscimo de 350% por risco de vida.

Quando retornou ao país, Benedito abriu uma loja de compra e venda de carros. Ele também investia em imóveis, terrenos, prédios e fazendas. Com isso, se tornou milionário.

Benedito ainda era casado com a mãe de Fabrício quando começou a ter um caso com a prima, Elimara. Após se divorciar da primeira esposa, em 1991, o empresário oficializou o relacionamento com a amante. O casamento estabelecia comunhão universal de bens.

Desvio de fortuna

A união entre Benedito e Elimara chegou ao fim em 2017. Fabrício, filho de Benedito, contou que o pai já desconfiava que a companheira pudesse estar interessada em sua fortuna.

Mulher é suspeita de dopar ex-marido e desviar fortuna, em São José dos Campos - Foto: Record TV

Mulher é suspeita de dopar ex-marido e desviar fortuna, em São José dos Campos – Foto: Record TV

Apesar disso, os dois continuaram a se relacionar, mesmo após o divórcio. A divisão dos bens não foi feita no momento da separação, o que Fabrício considera como estratégia de Elimara. Ela, então, se reaproximou do ex-marido. Desde então, passou a transferir o patrimônio de Benedito para o próprio nome.

Fabrício conta que três anos atrás recebeu uma ligação do pai, que não chegou a ser completada. Após dois dias sem contato, a preocupação aumentou e ele foi até a residência do pai, que foi encontrado deitado numa cama, utilizando fralda e delirando. O estado de Benedito teria sido causado pela ingestão prolongada de medicamentos psicotrópicos.

Adoecimento e desvio de fortuna

O remédio em questão é o Zolpidem. Trata-se de um medicamento hipnótico para distúrbios do sono que, em alta dose, pode causar desorientação, amnésia temporária e, em casos extremos, delírios e convulsões. Associado a outros tipos de medicações, especialmente depressoras do sistema nervoso central e da respiração, o remédio pode levar à morte.

Na casa, Fabrício encontrou duas cuidadoras supostamente contratadas por Elimara. Seriam elas as responsáveis por dar a Benedito altas doses de remédios controlados. O jovem levou o pai para um hospital da cidade, onde o homem permaneceu um mês internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após ter alta, Benedito passou a viver com o filho.

A família conta que, a essa altura, Elimara já tinha transferido todo o patrimônio do ex-companheiro para seu próprio nome, deixando Benedito apenas com o dinheiro da aposentadoria – um salário mínimo mensal. Em 2023, o empresário já estava com a saúde bastante debilitada por conta dos medicamentos. Com o sistema imunológico enfraquecido, ele contraiu uma meningite bacteriana e não resistiu, e morreu em 5 de setembro de 2023.

Áudios

Desde então, Fabrício tem feito diversas denúncias à polícia contra Elimara, mas as investigações nunca avançaram por falta de provas. Tudo mudou até que, surgiram novas evidências: áudios gravados pela própria mulher, em que ela conta a uma amiga como agiu para se apossar da fortuna do empresário.

Com as gravações, em julho de 2024, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) encaminhou denúncia ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Em mensagens de voz enviadas a uma amiga, Elimara revelou os métodos adotados para desviar a fortuna do ex-companheiro, e até mesmo o que faria com o dinheiro.

“Pensa: que ex-marido daria tudo pra ex-mulher assim, sabendo que a ex-mulher tem outro homem? Porque o meu ex tá tão, assim, abobado, sabe? Que ele foi assinando tudo pra mim sem saber, por quê? Por causa do [remédio psicotrópico]”, disse em um dos áudios.

Os áudios também revelaram que Elimara teria um amante, para quem pretendia transferir parte da fortuna do falecido marido. “Eu quero é pôr na mão do [nome do amante] 200 mil reais por mês pra gente gastar, viajar, passear, andar de iate como ele gosta, sabe? Ter carro zero todo ano”, disse em outra mensagem de voz.

Caso com o advogado

De acordo com Márcio Boccardo Paes, advogado da família de Benedito, o amante de Elimara seria Renato Gotuzo Germano, advogado que representa a mulher no caso. Os áudios enviados por Elimara apontam que a mulher tinha o plano de dopar o ex-marido a fim de desviar sua fortuna.

“Meu ex, assim, é abobado. Tanto é que eu tomei todo o dinheiro do meu ex. Como que você acha que eu consegui tomar o dinheiro do meu ex? Como?”, indaga em outra mensagem de voz.

A mulher detalhou ainda como fazia Benedito assinar os contratos de transferência de bens sob efeito dos medicamentos: “Vou pedir pra ele assinar o contrato. Ele já não tá nem escrevendo, mas eu levo ele no cartório e ele reconhece a firma dele porque ele já não tá nem conseguindo escrever mais, ele só dá uns rabisquinhos só”.

Em outro áudio, ela alega ter sofrido agressões do ex-companheiro: “Ele me jogava no chão, esfregava minha cara assim no chão, me dava chute, e eu era frágil, eu era novinha”. Por isso, teria agido por vingança: “Tanto é que, se eu não tivesse raiva dele, eu não tiraria tudo o que eu tirei dele, eu tirei, tirei com gosto e quero tirar o resto”.

Mulher segue em liberdade

Após as denúncias, a mulher contou que foi ameaçada por Elimara, que teria ameaçado cortar sua mão, língua e cegá-la, para que ela “não pudesse falar, não pudesse escrever e não pudesse mais ver nada”, disse a testemunha ao Domingo Espetacular. A testemunha do caso afirmou ainda que precisou mudar hábitos de vida e até mesmo de endereço para se proteger.

O advogado Márcio Boccardo Paes, afirmou ao Metrópoles que ele e os filhos de Benedito também receberam ameaças de Elimara. Por isso, registraram um boletim de ocorrência. “É bastante coisa que vai pesar pra ela”, disse. A viúva, no entanto, segue em liberdade. De acordo com Boccardo, a investigação policial foi encerrada, e o processo corre na Justiça.

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