Já aconteceu de você pedir uma suculenta carne mal passada e, ao cortá-la, se deparar com um líquido vermelho escorrendo? A primeira reação, claro, é de preocupação: “Isso é sangue?”. Bem, na verdade, aquele líquido vermelho que aparece no prato não é sangue. Por mais que a aparência lembre, a verdade é que praticamente todo o sangue é removido da carne ainda durante o processamento – ou seja, antes mesmo de chegar ao açougue. Então, o que  é aquilo que escorre do seu bife?

Líquido vermelho na carne não é sangue - Foto: Reprodução

Líquido vermelho na carne não é sangue – Foto: Reprodução

A verdade

A resposta está em uma combinação de dois elementos: água e uma proteína chamada mioglobina. Sim, a água representa cerca de 75% da composição da carne, mas o grande protagonista no caso é a mioglobina. Presente nas fibras musculares de animais, essa proteína tem a função de armazenar oxigênio nos músculos – especialmente em regiões como o coração e os músculos esqueléticos. A cor vermelha intensa surge graças ao ferro presente em sua estrutura, que reage com o oxigênio e garante essa tonalidade.

Líquido vermelho na carne não é sangue - Foto: Reprodução

Líquido vermelho na carne não é sangue – Foto: Reprodução

Isso explica o motivo de carnes de animais como bois, porcos e cordeiros são classificadas “vermelhas”: a concentração de mioglobina é maior nesses mamíferos. Por outro lado, aves e frutos do mar possuem níveis baixos dessa proteína, o que faz com que sua carne seja mais clara. Ou seja, aquele filé de frango grelhado nunca vai “sangrar” como um contrafilé bovino, mesmo que esteja mal passado.

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Cortes

Agora, uma curiosidade: quanto mais um músculo ele é usado pelo animal, mais mioglobina ele tende a ter. É por isso que cortes como o acém (localizado no pescoço do  boi, área de movimento constante) são naturalmente mais vermelhos que o filé mignon, que é um músculo pouco exercitado.

Falando nele, você sabia que o famoso filé mignon não é o preferido dos chefs? David Burke, um renomado chef americano, revelou em uma entrevista que evita esse corte.

A explicação é simples: o filé mignon ganhou popularidade na França por ser fácil de trabalhar (por não ter ossos) e por absorver molhos com facilidade, porém, segundo Burke, ele não é o mais saboroso. Para muitos especialistas, cortes como o ribeye ou o entrecot oferecem mais gordura marmorizada, resultando em um sabor mais intenso e suculento.

Entrecot - Foto: Reprodução

Entrecot – Foto: Reprodução

Pontos da carne

Voltando à mioglobina, além de esclarecer o mito do “sangue” na carne, entender essa proteína ajuda a escolher o ponto ideal da carne. Quando você pede um bife “mal passado”, o centro permanece vermelho justamente porque quando aquecida a uma temperatura mais baixa, a mioglobina mantém sua cor. Já em um bife bem passado, o calor prolongado altera a estrutura da proteína, fazendo com que o interior fique marrom.

Carne malpassada tem sangue? Descubra o que é líquido vermelho na proteína - Foto: Reprodução

Carne malpassada tem sangue? Descubra o que é líquido vermelho na proteína – Foto: Reprodução

E se você é do time que adora um “sangue”, pode relaxar! Não só não há sangue ali, como a mioglobina e inofensiva – além disso, contribui para a suculência da carne. Inclusive, muitos chefs defendem que um bom bife mal passado preserva melhor os nutrientes e o sabor natural do alimento.

Por fim, uma dica prática: na próxima vez que estiver em um churrasco ou restaurante, observe a cor do líquido que escorre da carne. Lembre-se de que é basicamente água tingida pela mioglobina, e não um resquício de sangue.

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Você sabia que essa era a verdade por trás do “sangue” da carne?

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