A cantora Roberta Miranda abriu o jogo sobre a sexualidade em autobiografia recém-lançada, ‘Um lugar todinho meu – A história inspiradora de Roberta’. Em entrevista divulgada nessa segunda-feira (17), a artista voltou a falar sobre o tema, e revelou que já se apaixonou pela mesma garota que o pai, uma amiga dela, chamada Vanda, que costumava dormir na sua casa.
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Roberta Miranda — Foto: Mitu/Divulgação
“Casa era muito pobre, tinha uma cama, um colchão. Dormíamos, ela virada pra lá, eu virada pra cá, e aquela coisa de adolescente, passando a mão, uma coisa tão inocente. E ali, eu acho que eu me apaixonei por ela, e acho que ela se apaixonou por mim”, explicou, em entrevista ao canal do jornalista André Piunti, no YouTube.
“O meu pai começou a ficar muito agressivo comigo. [Uma vez] meu irmão José – que morava ao lado – me viu gritando e me arrancou das mãos do meu pai. ‘Pai, você está matando sua filha enforcada’. Depois, eu vim descobrir que era porque ele se apaixonou pela Vanda. Foi quando eu saí de casa. Um dia, ele me contou a verdade: que foi apaixonado pela Vanda”.
Por quê nunca falou sobre o assunto
Roberta também explicou que nunca havia falado sobre a bissexualidade publicamente a pedido de sua mãe. “A minha mãe, até o leito [morte] dela, pediu que eu não falasse do meu lado sexual. Você acha que eu não sofri? Que eu não gostaria de mostrar a pessoa que eu amo. Eu já tive grandes problemas com isso: de pessoas me largarem mesmo porque eu não assumia. Era um trato que eu tinha com a minha mãe”.
“Sendo que, mais uma vez, minha analista e minha amiga, sentaram comigo e disse: isso já está ultrapassado. Hoje, tido por mim, a certeza é que eu namoro menino e namorei menina. Tive meninos maravilhosos, homens que queria para mim, mas eles eram recebidos (pelo meu pai) com esse banquete de bala”, revelou.
Ela contou que passou 25 anos sem falar com a tal amiga. Até que um dia, foi aconselhada por sua analista a procurá-la. “Aí eu fui atrás dela, botei todo mundo para ir atrás dela. E consegui. E eu trago a Vanda. Perguntei se ela teve alguma relação com meu pai. Ela disse: ‘Nunca tive. A minha paixão por você seguiu, ele sabia disso, e a gente nunca teve nada’. Hoje, eu converso com ela no WhatsApp e o que ela precisar de mim, estou aqui”.
Gravidez
Roberta também falou das duas vezes em que ficou grávida e perdeu os bebês. “Tive meninos maravilhosos, homens que queria para mim, mas ele recebido [pelo meu pai] com esse banquete de bala. […] As duas vezes que engravidei foi de um único ato sexual. Perdi naturalmente. Perdi parte do meu ovário, útero. E quando deu três meses e meio, eu perdi meu filho naturalmente”.
A segunda gravidez que ela teve foi de um amigo policial que ela teve em São Paulo. “Eu falei: amigo, você vai ter que beber, e eu não bebo, e vou ter que beber, e a gente vai ter que fazer alguma coisa aqui (risos). Porque ninguém tinha coragem com ninguém. Ele tomou um litro de cachaça lá, me deu não sei quanto para a gente beber, e a gente fez amor. Dois meses depois, eu me dei conta que eu estava grávida”, contou.
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