A defesa de MC Poze do Rodo recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro com um pedido de habeas corpus após a prisão temporária do funkeiro, realizada no dia 29 de maio de 2025. O artista foi detido sob suspeita de apologia ao crime e associação a organização criminosa. No entanto, seus advogados argumentam que a prisão é ilegal e configuraria uma forma de perseguição à sua atividade artística.

Poze recorda época em que foi traficante e reflete sobre mudança - Metrópoles

Reprodução/Instagram

Segundo a petição apresentada ao TJ-RJ, a acusação estaria baseada exclusivamente em vídeos de apresentações e trechos de músicas interpretadas por Poze, sem qualquer prova concreta que o vincule diretamente ao tráfico de drogas ou à facção criminosa citada no inquérito. A defesa sustenta que o artista está sendo criminalizado por exercer sua liberdade de expressão e representar, por meio da arte, a realidade vivida por muitos moradores de comunidades periféricas.

Além disso, o advogado do cantor também questiona a forma como a prisão foi conduzida e divulgada. Um dos pontos criticados é a exposição pública promovida pela Polícia Civil do Rio, que compartilhou imagens da prisão nas redes sociais com a legenda “RODOU”, o que, segundo a defesa, viola o princípio da dignidade da pessoa humana e o direito à imagem.


Outro aspecto contestado no pedido é o uso de algemas durante a prisão. Os representantes de Poze alegam que a medida desrespeita a Súmula Vinculante nº 11 do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringe o uso de algemas apenas a casos em que o preso ofereça risco à integridade dos agentes ou de terceiros, o que, de acordo com a defesa, não se aplicava à situação.

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A defesa solicita, com urgência, a revogação da prisão temporária e a liberação imediata de MC Poze do Rodo. Entre os argumentos, destaca-se o fato de o artista possuir residência fixa, profissão definida e nenhuma intenção de fugir do país, o que, segundo os advogados, garante que ele pode responder ao processo em liberdade, inclusive com a adoção de eventuais medidas cautelares.

O habeas corpus foi protocolado no dia 30 de maio e aguarda decisão da Justiça. Até o momento, não houve manifestação do Ministério Público sobre o pedido.

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