Um dia após a Justiça decidir soltar MC Poze do Rodo, a esposa dele, a influenciadora Viviane Noronha, se tornou alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (3), contra a lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho (CV). O esquema teria movimentando mais de R$ 250 milhões, oriundos do tráfico de drogas e da compra de armas de uso restrito.

Poze do Rodo e Vivi Noronha se casaram no sábado (26) — Foto: Reprodução/ Instagram

Poze do Rodo e Vivi Noronha — Foto: Reprodução/ Instagram

Policiais civis das delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), além do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), foram cumprir mandados de busca em endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo. A Justiça também expediu ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias.

Segundo as investigações, a influencer seria beneficiária direta dos recursos da facção. O dinheiro da organização teria sido transferido para contas bancárias ligadas a Viviane e à empresa dela, que passaram a ser um dos focos centrais do inquérito. A posição de Viviane Noronha no CV seria simbólica e somente representaria “o elo entre o tráfico e o universo do consumo digital”.

A operação da Polícia desta terça não tem relação com a prisão do MC Poze do Rodo, que deve ser solto ao longo deste dia. Ele foi preso na última quinta-feira (29), suspeito pelos crimes de apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas.

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Outros envolvidos no esquema

O traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, que morreu no domingo (1), seria uma das figuras centrais da lavagem de dinheiro do Comando Vermelho. Segundo os agentes de segurança, ele organizava eventos para arrecadar fundos para o tráfico de drogas e armas, entre eles o “Baile da Escolinha”. Um restaurante localizado em frente à festa serviria, inclusive, para lavar dinheiro da organização, conforme a CBN. Vale destacar que a morte de “Professor” inicialmente não tem a ver com a lavagem de dinheiro do CV. A principal hipótese é que o traficante tenha tirado a própria vida após uma briga com a amante.

O traficante Fhillip Gregório da Silva, o Professor, no Complexo do Alemão — Foto: Reprodução

O traficante Fhillip Gregório da Silva, o Professor, no Complexo do Alemão — Foto: Reprodução

Entre os remetentes identificados nas análises financeiras estão um homem procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores para o grupo terrorista Al-Qaeda, responsável pelo ataque de 11 de setembro nos Estados Unidos. Também seria remetente um segurança pessoal do traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, chefe da facção nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.

Outra empresa investigada na operação desta terça é uma produtora musical que lavaria dinheiro e organizaria bailes funk promovidos por integrantes do CV. O responsável pelo empreendimento aparecem como destinatários diretos de recursos da facção.

Por que Vivi é alvo?

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foram ao condomínio onde o cantor mora com Vivi, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a fim de cumprir um mandado de busca. O Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) identificou depósitos nas contas pessoal e empresarial de Vivi oriundos de supostos laranjas de Professor. De acordo com o Coaf, Vivi recebeu quase R$ 1 milhão de pessoas investigadas como laranjas do “Professor”. Foram 2 transferências:

  • R$ 858 mil para a conta da empresa de Vivi;
  • R$ 40 mil para a conta pessoal.

“Ela [Vivi] e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho, recebidos por meio de pessoas interpostas (“laranjas”) com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro”, afirmou a polícia. “As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à mulher, que passou a ser um dos focos centrais do inquérito”, prosseguiu.

“A posição dela na estrutura criminosa é simbólica, pois representa o elo entre o tráfico e o universo do consumo digital, conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais”.

Vivi Noronha, mulher de Poze do Rodo, é alvo de operação contra lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho — Foto: Reprodução/ TV Globo

Vivi Noronha, mulher de Poze do Rodo, é alvo de operação contra lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho — Foto: Reprodução/ TV Globo

Como era o esquema do Professor?

Segundo as investigações, Fhillip da Silva Gregório, o  “Professor”, montou uma extensa rede de laranjas e de empresas de fachada e depositava nessas contas o dinheiro obtido com o tráfico. Em uma série de transferências, as quantias chegavam a intermediários em Ponta Porã (MS) para a compra de armas e drogas para o Comando Vermelho.

A polícia diz que a morte de “Professor”não compromete o andamento do inquérito nem interfere nas medidas judiciais em curso. “Mesmo com sua morte, permanece clara sua importância dentro do esquema, sobretudo na consolidação da cultura do tráfico e na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo”, afirmou a polícia.

Confira a seguir: Justiça manda soltar MC Poze após 4 dias na prisão.

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