O humorista Leo Lins foi abordado recentemente sobre a repercussão de sua condenação judicial, que o sentenciou a mais de oito anos de prisão, além do pagamento de uma multa superior a R$ 1 milhão. A pena foi imposta após a divulgação de piadas consideradas preconceituosas em seu show de stand-up Perturbador, lançado no YouTube em 2022. Durante a madrugada deste sábado (14), logo após uma apresentação em Sorocaba, no interior de São Paulo, Leo Lins falou brevemente sobre o assunto em entrevista ao portal LeoDias.
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Atendendo fãs no local, ele adotou um tom cauteloso e evitou se aprofundar na polêmica. “O que eu tinha para falar, eu falei naquele vídeo. Tá tudo lá”, disse o comediante, referindo-se a um pronunciamento oficial publicado anteriormente em seu canal no YouTube. “Fora isso, não tem o que falar”, completou.
Questionado se pretende mudar o estilo das suas piadas, frequentemente criticadas por conteúdos ofensivos a grupos minoritários, Lins preferiu não responder diretamente. “Mas agradeço você ter vindo. Você assistiu ao show, pergunta a opinião do pessoal aí, conversa com eles, vê o que eles acharam”, respondeu à repórter, desviando da pergunta. Ovacionado por alguns fãs que aguardavam para cumprimentá-lo após a apresentação, o humorista concluiu: “Acho que essa é a melhor resposta.” Assista abaixo:
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Entenda o caso
Leo Lins foi condenado pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo com base nas Leis nº 7.716/1989 (que trata de crimes resultantes de preconceito de raça ou cor) e nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Segundo a Justiça, seu show Perturbador continha piadas ofensivas a diversos grupos sociais, incluindo negros, indígenas, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, judeus, evangélicos, idosos, obesos, nordestinos e soropositivos. A juíza responsável pela decisão destacou que “a liberdade de expressão não é absoluta nem ilimitada” e que, diante de conflito com os princípios da dignidade humana e da igualdade, estes devem prevalecer.
A defesa do comediante, no entanto, sustenta que o conteúdo do show deve ser interpretado dentro do contexto da liberdade artística. “Nossa linha de defesa é pela anulação da sentença, ante a ausência de crime. O conteúdo do show é uma encenação, um personagem em palco, amparado pela liberdade artística, que vai além da simples liberdade de expressão”, afirmou o advogado de Leo Lins, Giuberti.
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