Conhecido por sua extrema salinidade e pela crença de que nenhuma forma de vida pode sobreviver em suas águas, o Mar Morto sempre carregou um ar de mistério e desolação. No entanto, novas descobertas científicas e visões proféticas estão reacendendo o interesse por esse antigo lago salgado, que hoje enfrenta uma crise ambiental silenciosa. Será que o Mar Morto está, de fato, despertando?

Se o Mar Morto voltar à vida, o mundo pode acabar

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A geografia singular de um mar que não é mar

Localizado no Vale do Rift da Jordânia, o Mar Morto é, na verdade, um lago salgado. Ele ocupa a elevação mais baixa da Terra em terra firme, cerca de 427 metros abaixo do nível do mar. Faz fronteira com a Jordânia a leste e com Israel e a Cisjordânia a oeste.

Com três milhões de anos de existência, o Mar Morto foi originalmente alimentado pelo Mar Mediterrâneo, antes de ser isolado por atividade tectônica. No passado, integrava um enorme lago que se estendia até o Mar da Galileia. Hoje, sua profundidade máxima é de 306 metros, e sua salinidade chega a incríveis 34%, quase 10 vezes mais do que a média dos oceanos. Isso o torna um dos corpos d’água mais salgados do planeta.

Uma maravilha natural

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Evaporação acelerada e colapso ambiental

Apesar de sua fama, o Mar Morto está desaparecendo. Ele perde, em média, 1 metro de profundidade por ano, uma consequência direta da evaporação extrema e do desvio das águas do Rio Jordão, seu principal afluente, por parte de Israel, Jordânia e Síria.

A área superficial do lago, que era de 1.050 km² no início do século XX, caiu para cerca de 605 km². Essa retração expôs centenas de sumidouros salinos, crateras que surgem quando a água subterrânea dissolve o sal acumulado no subsolo.

Desafios hídricos

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Vida no impossível: peixes e fontes de água doce

Até recentemente, acreditava-se que o Mar Morto era biologicamente estéril. No entanto, uma série de descobertas realizadas por cientistas da Universidade Ben-Gurion (Israel) e do Instituto Max Planck (Alemanha) está desafiando esse conceito.

Durante uma expedição com equipamentos de mergulho especializados, pesquisadores encontraram fontes profundas de água doce no fundo do Mar Morto. Nessas áreas, foram observados microrganismos desconhecidos e, surpreendentemente, peixes vivos em buracos na costa.

O registro foi feito pelo fotojornalista israelense Noam Bedein, fundador da ONG Dead Sea Revival Project, dedicada à preservação do local.

Novas formas de vida

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A profecia de Ezequiel e os sinais do “fim dos dias”

A presença de peixes no Mar Morto remete a um dos textos mais misteriosos do Antigo Testamento. Em Ezequiel 47:8-9, o profeta descreve uma visão do futuro, na qual o Mar Morto voltaria a ter vida:

“Haverá uma multidão muito grande de peixes, porque essas águas ali chegaram e serão saudáveis; e tudo viverá por onde quer que venha este rio”.

A profecia ainda menciona que pescadores se alinharão às margens do Mar Morto, quando Jesus governar a Terra no chamado Reino Milenar. A região, segundo as Escrituras, simboliza o juízo divino sobre Sodoma e Gomorra, cidades bíblicas supostamente localizadas nas redondezas do mar.

Um novo começo ou o fim dos tempos?

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Memórias antigas: história, lenda e ciência

O conhecimento da salinidade incomum do Mar Morto remonta à Antiguidade. Durante a Revolta Judaica, no ano 68 d.C., o imperador romano Vespasiano testou a famosa flutuabilidade do lago jogando prisioneiros judeus que não sabiam nadar em suas águas e todos emergiram à superfície.

Já no século VI, o Mapa de Madaba, um mosaico bizantino preservado na Jordânia, mostra peixes que nadam no Rio Jordão, mas “fogem” das águas salgadas do Mar Morto, um símbolo visual da ausência de vida no local.

Prova do sal

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O mistério das águas subterrâneas

As fontes de água doce que brotam do fundo do Mar Morto são outro grande mistério. Algumas emergem de fissuras com até 30 metros de profundidade, saindo por crateras de 15 metros de diâmetro e 20 metros de profundidade. Ao entrarem em contato com a água salgada, essas fontes formam um padrão visual que lembra uma pluma e sustentam formas de vida ainda não completamente identificadas.

A carpa dentada do Mar Morto, por exemplo, é uma espécie extremamente rara, considerada ameaçada de extinção pela IUCN. Ela habita riachos e reservas naturais próximos, como a Fifa Nature Reserve, na Jordânia, a cerca de 60 km ao sul do lago.

Espécies inexploradas

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O colapso ambiental e a esperança profética

O Mar Morto está no limite. Entre a seca progressiva, ações humanas insustentáveis e mudanças climáticas, o futuro desse local histórico parece incerto. Mas ao mesmo tempo, o aparecimento de vida onde só havia morte gera perguntas intrigantes.

Independentemente da resposta, uma coisa é certa: o Mar Morto está mudando e o mundo está prestando atenção.

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