Em 1985, no dia 13 de dezembro às 21hrs, a 130 quilômetros de Bogotá, capital da Colômbia, um vulcão denominado ‘Nevado del Ruiz’ entrou em erupção após 69 anos em estado de dormência. Embora ele houvesse dado sinais de que iria entrar em atividade cerca de um ano antes, as autoridades não tomaram nenhuma providência. A tragédia que vocês lerão logo a seguir demonstra a incompetência de um governo que negligenciou a realocação da população para uma região mais elevada quando o vulcão ainda estava lançando alertas de fumaça para a atmosfera.

Pouco tempo depois dos primeiros sinais dados pelo vulcão, a cratera lançou um jato de fumaça e lava a 30 metros de altura que estrondou do interior da terra. A temperatura alta rapidamente descongelou o gelo que cobria o vulcão e desprendeu sedimentos enormes de rochas e lavas vulcânicas, junto com água a uma velocidade de 50km/h que corria levando tudo que tinha pela frente.

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Houve três grandes ondas de detrito a 30 metros de altura e se alastrou pela cidade de Armero, matando pelo menos 20 mil dos 28.700 habitantes. O fluxo durou 4 horas e devastou plantações, construções, linhas telefônicas e de energia, gado, um desastre total. Ao final da última onda foram contabilizadas 23 mil mortes e 5 mil feridos.

Considerada uma das piores tragédias do século XX, sendo a segunda maior tragédia por erupção vulcânica, das centenas de fotos que marcou esse evento traumático, uma chamou bastante atenção, a garotinha Omayra Sánchez, que agonizou pela sua vida aos 13 anos de idade.

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A garota morava na cidade de Armero, no bairro de Santander junto com alguns familiares. A menina que havia passado o dia inteiro com medo por causa das cinzas que caiam ao longo do dia, ao chegar à noite, tiveram muita dificuldade para dormir, pois temiam que algo terrível fosse acontecer.

Embora eles ouvissem o ronco destruidor da avalanche de detritos, a família ainda tentou pegar algumas coisas para correr, mas foram atingidos em poucos instantes. Omayra sobreviveu, mas seus familiares não tiveram a mesma sorte, porque a garota conseguiu se apoiar por entre as fendas e jogar a cabeça para fora da água.

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Agonizando em gritos de socorro, a equipe de segurança chegou até a garota e logo tentaram retirá-la da água, mas perceberam que isso seria impossível sem quebrar as pernas dela. Logo chamaram nadadores profissionais para ver a situação e a notícia não foi das boas. Embora ela ainda estivesse tentando sobreviver apoiada em um pneu, os escombros que envolviam seu corpo não a permitiam resistir a uma amputação. A equipe de nadadores percebeu que uma mão segurava firmemente a perna da menina, se tratava da sua tia tentando sobreviver antes que fosse afogada naquela mistura de cinzas e lama.

Embora Omayra estivesse quase esmagada pela inundação, ela tentou se manter positiva. A menina que lamentava a perda dos seus entes queridos e também sabia que a única forma de sair da lama seria dentro de um caixão, começou a ter lapsos de humor, onde fazia piadas aleatórias e pedia comida, refrigerantes e doces. Embora isso parecesse supérfluo, era só uma menina se despedindo das coisas consideradas boas da vida, diante de uma tragédia tão grande.

A mídia do mundo todo estava de olho da garota, que conversava com os repórteres com uma positividade que não se sabe de onde surgia. Embora essa força tivesse durado muito tempo, visto tais condições, a ficha da menina começou a cair diante da morte e ela começou a se desesperar, pedindo socorro a Deus e implorando pelo conforto da mãe que assistia a tragédia pela TV do outro lado da cidade.

Após 60 horas, desde o início da erupção, Omayra pediu seu último apelo por ajuda. Cansada, pediu para que a deixassem em paz para morrer, pois sentia que não aguentaria mais. Neste momento a menina já tinha ficado com os olhos totalmente vermelhos por causa da infecção. Após dias de sofrimento, ela começou a delirar e gritar pedindo para que a tirassem dali porque senão ela se atrasaria para a aula.

No dia 16 de novembro, Omayra Sánchez sussurrou seu último “adiós” às 9h45 e morreu logo em seguida em decorrência da hipotermia, colapso pulmonar e gangrena.

O fotógrafo que capturou os últimos momentos da menina denominou a foto como “A agonia de Omayra Sánchez” e entrou para a lista das maiores capturas da revista Times. A menina que morreu aos olhos do mundo entrou para a história e nas ruas colombianas os protestos foram acionados: “Não foi o vulcão que matou Omayra e as 23 mil pessoas, foi o governo”.

E você, já tinha conhecido a história da menina Omayra Sánchez? Conta pra gente.