Para compreender a origem do leite condensado, é necessário retroceder ao século XIX, quando o leite comum era comercializado nas ruas. Esse cenário trouxe consigo um desafio: o crescimento urbano, com mais pessoas residindo nessas áreas, demandava uma maior oferta de leite. No entanto, o produto frequentemente se deteriorava antes de chegar a todos os consumidores. Foi então, por volta de 1856, que o norte-americano Gail Borden teve uma insight: evaporar parte da água do leite e adicionar açúcar para prolongar sua durabilidade.

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Durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), o leite condensado ganhou popularidade por ser uma fonte calórica e nutricionalmente densa, mantendo os soldados alimentados. Logo após, o produto atravessou o Atlântico e chegou à Europa, introduzido pelos irmãos George e Charles Page e pela Nestlé, que desempenhou um papel fundamental na popularização do leite condensado em escala global.

Em 1857, viu-se a primeira indústria dedicada à produção de leite condensado, a Anglo Swiss Condensed Milk, na Suíça, impulsionando a popularização do produto em toda a Europa. No Brasil, o leite condensado chegou somente em 1890, sendo inicialmente importado dos Estados Unidos. Era frequentemente destinado a crianças e mães que não podiam amamentar, sendo oferecido em mamadeiras.

Sua popularidade no país cresceu significativamente quando o candidato à presidência Brigadeiro Eduardo Gomes distribuiu o doce brigadeiro durante as campanhas eleitorais de 1945, como forma de angariar fundos. Logo, o leite condensado passou a ser um ingrediente essencial em diversas preparações doces nas mesas dos brasileiros, com muitos colecionando receitas impressas nas latas originais. A doceira Heloisa Nabuco de Oliveira, fervorosa eleitora do candidato à presidência na época, criou um doce à base de leite condensado, manteiga e chocolate para contribuir com a campanha eleitoral.

O Leite Moça chegou ao Brasil com o nome de Milkmaid. Foto: Reprodução/ Nestlé

Em 1921 a Nestlé estabeleceu sua primeira fábrica no Brasil. Devido à dificuldade de pronunciar o nome em inglês, os brasileiros passaram a se referir ao produto como “leite da moça”, por conta da embalagem com a imagem de uma jovem camponesa suíça trajada à moda do século, que se tornou um ícone. O nome rapidamente foi adotado pela Nestlé.

Ao ser exportado para outros países, o produto recebeu nomes equivalentes em cada idioma, sempre associados à imagem da camponesa com seus baldes de leite. Em espanhol, por exemplo, ficou conhecido como La Lechera.

Fonte: Nestlé/ Divulgação

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